quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

GLOBE TROTTER: QUAL O SEU PERFIL?


Salar de Tara - Atacama - Chile

Você já se fez essa pergunta? Já parou para refletir sobre o assunto? Outro dia me peguei tentando responder essa questão e foi interessante pra mim perceber que, até como turista, nós amadurecemos.

A palavra amadurecimento pode soar um pouco estranha, mas é isso mesmo. Assim como amadurecemos como pessoas, como profissionais, nos relacionamentos pessoais, enfim, na vida, também amadurecemos como cidadãos do mundo. E da mesma maneira que acontece na vida, esse amadurecimento só vem com o tempo e com as experiências vividas. E são essas experiências que ajudam pouco a pouco lapidar o que de fato nos traz prazer, paz, realização, felicidade, superação, curtição e qualquer outro sentimento bom e positivo que você consiga enumerar aqui.

Praia da Barra - RJ - Brasil
E esse amadurecimento (que em vários artigos que li foi chamado também de autoconhecimento) é necessário até para decidir se é melhor viajar sozinho ou em grupo. Uma viagem, muitas vezes, é o sonho de uma vida e é importante que ao viajar em grupo todos compartilhem do mesmo sonho, ou que pelo menos esteja disposto a embarcar no sonho do outro.

Pensando nisso, resolvi escrever um pouco a respeito da minha experiência nesse processo. Abaixo, texto adaptado/comentado do blog: http://jeguiando.com/2010/10/20/tipo-de-viajante/

O praieiro: O viajante praieiro é aquele que, assim como já antecipa o nome do seu perfil, se interessa por qualquer destino que envolva praias! Seu perfil é o da pouca roupa, mala levinha, despreocupação, muito sol, muitos banhos de mar, chinelo no pé e água de coco na mão. O viajante praieiro gosta do clima descontraído das praias e da sensação de estar em férias. Seu negócio é brisa e caipirinha com peixe frito!
                - Com certeza não é o meu perfil predominante. Já fiquei aaaaanos sem ir à praia, embora eu curta pra caramba sol, areia, mar, camarão, caipirinha....

Gulash Tcheco - diferente do Húngaro que é
servido como sopa
O gastronômico: O viajante gastronômico é aquele que conhece uma cidade através de seus pratos típicos ou de sua tradição em reunir várias expressões da gastronomia mundial. Quando viaja para cidades que possuam uma identidade gastronômica bem marcada, este viajante lista os pratos comumente preparados e tenta provar um pouco de tudo. Seus souvenirs são receitas coletadas e algum produto peculiar, que usará em suas preparações mais tarde. Quando em cidades grandes, cosmopolitas, o viajante gastronômico monta roteiros que contemplem restaurantes exóticos e sempre está aberto a experimentar.
                - Acho que no fundo todos somos gastronômicos. Numa viagem você pode até não ir num Museu, por exemplo, mas com certeza vai precisar comer em algum momento, nem que seja um fast-food (quando a grana é curta, estes salvam!). Me agrada muito a possibilidade de conhecer e experimentar novos sabores (confesso que as vezes falta coragem e estômago), mas gosto da comida de rua, de pratos típicos, temperos diversos....boa parte do meu perfil passa por aqui.

O pé no mato: É aquele que se interessa por viagens que envolvam contato com a natureza e esportes de aventura: arvorismoraftingtrekkingtrilhasacampamentos, etc. Este viajante não se incomoda em brigar com mosquitos, se sujar de lama, se molhar, não ter banheiro, nem conforto. Seu negócio é aproveitar ao máximo o contato com o que o cerca e dar um tempo da correria cotidiana.
                - Talvez esse seja o perfil que eu mais me identifique, prefiro sempre atividades out-door ante as indoor. Gosto de mato sim, trilhas, montanhas, neve, cachoeiras, vulcões, lagos, desertos..... a natureza é o meu templo.


Aquele momento Cult - Museu Britânico - Londres
O cult: Museus, teatros, festivais de cinema, shows temáticos, livrarias, sebos, etc. Todos estes itens são atrativos para o viajante cult. Ele viaja com uma programação básica de conhecer os museus da cidade; assistir no mínimo a uma peça teatral ou alguma apresentação de dança ou musical; conhecer livrarias, etc. Para este viajante, o importante é banhar-se de várias experiências culturais. 
                - Avance para o próximo perfil....

O histórico: Este viajante se confunde um pouco com o viajante cult, porque também aprecia os museus. É um viajante com interesse na memória das cidades que visita. Além de museus, gosta de visitar monumentos, igrejas, projetos arquitetônicos antigos, ruínas, ver fotos antigas do lugar, etc. Seu negócio mesmo é viajar no tempo, conhecer a fundo a trajetória da cidade que visita, os costumes, as lendas, os símbolos identitários.


Macchu Picchu - Peru
                - Esse perfil também se encaixa no meu mosaico. Com algumas ressalvas, como em qualquer outro perfil viajante. Não sou fissurada em museus mas tenho meus momentos “cult” sim. Adoro visitar igrejas (me recuso a pagar para visitá-las e isso já foi mencionado em um post anterior), museus me agradam mais os de ciência e tecnologia do que os de arte, e ícones arquitetônicos antigos e cheios de história e significado, de fato me encantam. Um salve para cultura Inca.

O comprinhas: É aquele que, como mesmo o nome diz, viaja para fazer COMPRAS! Na hora do embarque, leva duas malas. Uma de roupas e uma vazia. Se faz viagens para dentro do país, trazartesanatos, roupas, bebidas, comidinhas e tudo que ache pelo caminho e considere interessante ou exótico. O viajante comprinhas, quando sai do país, chega 4 horas antes do embarque, para passar pelo menos duas no Free Shop. Nova York é seu sonho de consumo, literalmente. Há o viajante comprinhas old school também, que lembra dos tempos áureos do Paraguai, quando viajava para comprar eletrônicos, perfumes importados e tênis da Nike para a sobrinhada.
                - Não que eu não goste de fazer compras, que mulher não gosta né? Mas não, Miami e NY não estão na minha bucket-list (lista dos desejos). Me classifico como “o comprinhas” de ocasião, aquela passadinha no free shop e lojinhas pega-turista faço questão! :D

O baladeiro: Festa, ê, festa! O viajante baladeiro é atraído por destinos famosos por suas festas. Pode ser festa de largo, carnaval, lavagem, raves, São João, Oktoberfest, o que vier! O viajante baladeiro conhece os destinos mais festeiros e seu negócio é badalação.
Rock in Rio 2017
                - Siiiiiim!!! Balada é meu segundo nome! Tenho que admitir que me surpreendi quando me dei conta que o perfil baladeiro é bem forte em mim (quem diria!). Já fui pro Carnaval em Caldas Novas e Chapada dos Guimarães e na minha lista está assistir ao desfile das escolas de samba e curtir alguns dos blocos de carnaval no Rio de Janeiro. Já fui pra Oktoberfest de Blumenau e a de Munique está na minha mira. Festa Pomerana em Pomerode também já foi pra conta. Caí de paraquedas no Inti Raymi (festival religioso que acontece em Cusco e marca o solstício de inverno), Festa de São João em Campina Grande e Caruaru que me aguardem pois que lhes farei uma visita. E acreditem se quiser, até pro Rock in Rio eu fui! lol

etílico: Vinhos, cervejas, champanhes, tequilas, cachaças. Quer deixar um viajante etílico feliz? Ofereça a ele visitas a adegas, vinícolas, alambiques, fábricas artesanais de cerveja, etc. O viajante etílico sempre está pronto para experimentar. Hoje, muitas cidades estão apostando neste tipo de viajante e oferecendo inclusive passeios que envolvam experiências gastronômicas e harmonizações.
                - Nesse perfil também me encaixo. Assim como no gastronômico, a possibilidade de provar novos sabores é sempre interessante. Já tive boas experiências nessas minhas andanças, algumas vinícolas no Chile, cervejarias na Bélgica e na Alemanha e até bebidas mais artesanais, como o Canelazo no Equador e famosos drinks como o Pisco Sour no Peru e, porque não, a nossa brasileiríssima e deliciosa Caipirinha.

eu-não-quero-ter-trabalho: O viajante eu-não-quero-ter-trabalho é aquele que comumente opta por procurar operadoras de turismo, agências de viagem, clube de férias. Seu negócio é viajar, mas para isso prefere já contratar todos os serviços antes. Prefere excursões e roteiros prontos, para não ter trabalho. Cruzeiros e resorts também o apetecem, principalmente os que ofereçam serviços all inclusive, que os deixam levemente despreocupados.   
                - Acho que esse é um perfil que ainda não vivenciei. Talvez porque na minha cabeça o eu-não-quero-ter-trabalho seja sinônimo de eu-quero-pagar-caro. Nunca fiz um Cruzeiro ou me hospedei em Resorts all inclusive e, tão pouco viajei de excursão. Mas quando eu for pro all inclusive no Tahiti (e eu vou!!!), eu conto pra vocês como foi a experiência. 😝


Hoje posso dizer que já me vi em mais de uma categoria e, categorias que eram predominantes ontem, podem não mais ser hoje. Você se identificar mais com uma em detrimento de outra não exclui as inúmeras possibilidades em categorias que não são tão a sua cara assim. O importante é o nosso autoconhecimento e o discernimento para entender as necessidades latentes em cada momento da sua vida.

Faltou a categoria que você mais se identifica? Comente! 😊



Festa Pomerana 2017
Festa Pomerana




Oktoberfest Blumenau 2016

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

JUNGFRAUJOCH - TOP OF EUROPE



Platô do Glaciar
 
Quem me conhece sabe da minha paixão pelo frio, pela neve (e a pessoa que aqui vos escreve mora em Cuiabá, veja bem o contraste!), pelas montanhas, lagos....enfim, paisagens que não tem nada a ver com nosso país tropical. Se você acompanha este blog já deve ter percebido isso pelos posts e fotos que compartilho. E nesses quesitos nossos vizinhos hermanos estão bem servidos com os Andes, a cadeia montanhosa que corta a maioria dos países da América espanhola, assim como a Europa também está bem servida com os Alpes, o Canadá com as Montanhas Rochosas ou Rocky Montains como eles dizem por lá, e por ai vai.

Continuando nessa pegada de montanha, neve e afins, vou começar de trás pra frente, falando da minha mais recente andança, na qual estive conhecendo mais um pedacinho da Suíça - o Jungfraujoch. Não posso negar que este é um destino beeeem CARO, mas também preciso dizer que vale cada Franco Suíço investido! A dica desse passeio foi da minha querida amiga Fernandaresidente na Suíça já há um bom tempo. E como eu estava hospedada na casa dela, e ela morando em Lausanne, esse foi o meu ponto de partida. Infelizmente a Fer não pôde ir comigo nesse passeio, afinal de contas alguém precisava trabalhar né! 

O primeiro passo foi pegar um trem de Lausanne para Interlaken, cidade que foi o meu ponto de partida para a Jungfrau. Esse trecho dura em torno de 2 horas, com uma conexão em Berna. Pra quem não sabe, Jungfrau é uma das montanhas mais altas da Europa (4.158m), por isso “Top of Europe”. De Interlaken até o topo da montanha (na estação de trem mais alta da Europa - 3454m) são mais 2 horas de trem. Parece muito tempo né? Mas garanto que você nem vê passar, já que o percurso todo é repleto de paisagens de tirar o fôlego. Sabe aquele clichê que diz que “a felicidade é o caminho e não o destino”?  Ele se aplica muito bem a este passeio! 😊
Tanto na subida quanto na descida, o trem é bem lento, o que é providencial para se aproveitar o cenário com tranquilidade. São duas opções de caminho a partir da estação Interlaken Ost, com 3 ou 4 conexões cada.  O bilhete permite que você faça qualquer um deles. Assim, já comprei o bilhete ida e volta, subindo pelo caminho que passa por Lauterbrunnen e na volta desci pelo caminho que passa por Grindelwald (veja o mapa). Poderia ter feito o oposto também, ambas as opções são válidas. Esse ticket custa em torno de CHF 200,00, o que hoje seria aproximadamente R$ 700,00.

A medida que o trem vai subindo, a paisagem vai mudando até ficar completamente tomada pela neve! Lindo! Lindo! Lindo! Estive lá em meados de abril, portanto primavera no Hemisfério Norte, mas nem por isso dispense um bom agasalho, luvas, cachecol e gorro. Nos últimos 7,5 km da subida, o trem segue por túneis dentro da montanha. No meio do caminho há um mirante envidraçado, onde o trem faz uma paradinha rápida. Há também banheiros nesse local. Fim da Linha –desembarcamos em Jungfraujoch!

Platô do Glaciar
É impressionante o complexo que eles construíram dentro da montanha. Com restaurantes, um palácio de gelo, o Alpine Sensation, o platô do Glaciar, entre outras atrações. Logo no hall de entrada existe um mapa que mostra onde fica cada atração, é basicamente um caminho único, numa sequência de túneis e corredores, então é só seguir o fluxo. E o que não poderia faltar? Lojinhaaaaas! Aquelas pega turista sabe? Inclusive uma megastore dos Chocolates Lindt com mega bombons. Quem resiste?! E mesmo que você não compre chocolates, na saída da loja você ganha um pra adoçar a boca. E no trem, quando pedem pra ver o seu bilhete, os cobradores agradecem ofertando um chocolate. Delícia! O platô, sem sombra de dúvidas é o melhor lugar do complexo (apesar do vento e do frio de -8 graus). O céu estava limpíssimo, azulsíssimo, perfeitíssimo para fotografar! Se existe um santo protetor dos turistas, viajantes e mochileiros, ele olhou pra mim e pensou: “depois do tempo feio lá do Atacama, ela merece um belíssimo céu azul!”  (pra quem leu os posts sobre o deserto, sabe do que eu tô falando). Muitos clicks depois, hora de começar a descida.

No caminho de volta, continuamos com aquela sequência de cenários MA-RA-VI-LHO-SOS, difícil decidir para que lado olhar, com medo de perder alguma coisa. Fiz um parada em Grindelwald, também por recomendação da Fer. Infelizmente o meu tempo era curto, pois precisava voltar a Interlaken Ost a tempo de pegar o último trem rápido pra Lausanne e não chegar tão tarde da noite em casa. Com o  timetalble na mão não tem erro, tudo funciona como um relógio, ou não seria a Suíça né? Fiz uma breve caminhada pelo centrinho de Grindelwald, e que gracinha de cidade! Estava acontecendo alguma festividade por lá naquele dia, bem próximo à estação de trens havia uma praça onde se podia ouvir músicas típicas do Tirol, pessoas bebendo cerveja e um monte de vaquinhas expondo a figura na rua. Uma visão pitoresca. Como  ainda não havia almoçado, aproveitei a parada e o cenário idílico para degustar uma comidinha típica do lado alemão da Suíça: Salsicha, batatas e chucrute, acompanhado de uma cerveja Red Ale. (agora que eu tenho um irmão cervejeiro, não posso fazer feio quando falar de cerveja! 😝 )

Hora de partir. Aufwiedersehn!

O que eu faria diferente nesse passeio: optaria por um ou dois pernoites em alguma dessas cidadezinhas por onde o trem passa e assim teria mais tempo para aproveitar algumas delas.
 
Hummm.....
 
 
Grindelwald
 
 
 
 
 
Dispensa apresentações ;)
 
Alpine Sensation
 
 
Lauterbrunnen
Interlaken
 
 

 
 
 

sábado, 17 de junho de 2017

ATACAMA: SUPER DICAS E SUGESTÕES DE PASSEIOS

 
E aí, já começou planejar sua viagem para o Atacama? Ainda não?! Já posso adiantar que, se o seu tempo for curto, a parte mais dificil será decidir quais passeios ficam de fora. Porque a vontade é de fazer TODOS!
E apesar do Atacama ser um deserto, muitos passeios são visitas a lagoas que se formaram por lá, como a Laguna Cejar, Lagunas Altiplanicas, Piedras Rojas e Ojos del Salar.
 
Laguna Cejar foi nossa primeira parada. Começamos light, é um passeio bem tranquilo, bom pra quem acabou de chegar e ainda está em fase de adaptação da altitude. A área é liberada para banho, embora a temperatura da água não seja lá muito convidativa, mas estando no deserto, tem que experimentar né?! Porém, o mais interessante dessa lagoa, além da água cristalina, é sua concentração de sal. Sim, uma lagoa mais salgada que o Mar Morto! E pra quem não sabe, quanto mais sal na água, mais facilmente você flutua. É muuuuito legal e estranho também, pois você não consegue afundar seu corpo na água. Já tentou afundar uma rolha na água pra ver o que acontece? Acredito que a sensação é a mesma. 😃 Se você está precisando de um banho de descarrego, essa lagoa é o lugar certo pra você! Brincadeiras a parte, como a concentração de sal é muito alta, quando saimos da água o corpo fica branquinho, todo coberto por uma camada de sal. No local existem chuveiros, mas a dica aqui é já ir com a roupa de banho por baixo, para evitar as filas nos banheiros, toalha de banho e chinelos que possam molhar. Como existem muitos cristais de sal no chão, o chinelo evita que você se machuque até chegar na beira d´água. Um pouco mais adiante ficam os Ojos del Salar, são duas crateras super profundas cheias de água doce. Aqui também é possivel tomar banho. No nosso caso, como o tempo fechou, só paramos para dar uma olhadinha mesmo. E este passeio deveria terminar com um lanche admirando o pôr do sol na Laguna Tebinquinche, maaaaaas nem sol tinha mais, muito nublado e começando chover. Retornamos para a agência e fizemos nosso lanche por lá: vinho, frios e frutas. Huuummm....
Outro passeio que leva praticamente o dia todo é  Piedras Rojas + Lagunas Altiplânicas. O caminho já vale muuuuito a pena. Várias paradas para fotografar no percurso. Saimos cedo, temperatura bem amena e foi esquentando ao longo do dia e até saiu um solzinho. Quando passamos por Piedras Rojas ainda estava bem nublado e ventando, infelizmente não foi possível contemplar a beleza do lugar na sua totalidade, sem o contraste do céu azul, as fotos não ficam lá essas coisas né (quem curte fotografar, sabe do que eu tô falando). Tivemos nosso café da manhã por lá e então partimos para Lagunas Altiplanicas. Embora o tempo tenha começado abrir, em virutde da chuva do dia anterior, o caminho para as Lagunas estava FE-CHA-DO. Sim, demos com a cara na porta. (entendem por que eu digo que tenho que voltar ao deserto?) 😝 Mas o caminho ajuda amenizar um pouco da frustração de ter perdido o passeio. Em determinado ponto da estrada passamos pelo marco do Trópico de Capricórnio, sabe aquelas linhas imaginárias que estudamos na escola? Pois é, ela mesma. Lagunas Chaxa, Miscanti e Meniques, as duas últimas ficam ao pé de uma cadeia de montanhas e vulções com picos nevados (só vi em foto) e é possível dar um mergulho também. Lagunas queridas, I´ll be back!
E para encerrar os passeios no deserto, dois vales: Valle de la Luna e Valle de la Muerte. Paisagens que mostram bem porque esse deserto é tão peculiar.  Os dois passeios são feitos no mesmo dia e na parte da tarde por dois motivos óbvios: por que o calor já começa diminuir e assistir o pôr do sol lá é um espetáculo a parte. Valle de la Luna (eu não queria ser reduntante, maaaaas.... o vale recebe esse nome por que acreditam que remete a paisagem lunar) a gente caminha um bocado, tem uma parte de subidinha na areia, então fica um pouco puxado quando estamos em altas altitudes. Mas como sempre, o visual compensa TUDO. Formações rochosas esculpidas pelo vento e pela água. E vemos muito sal também. Quem olha as fotos pode pensar que é neve no chão, mas é sal mesmo. Já o Valle de la Muerte ninguém sabe ao certo por que tem esse nome. Uns dizem que é pelo fato de não haver vida alguma lá, ou por ser o lugar onde os animais que não resistiam ao deserto, escolhiam para morrer e por ai vai. O fato é que o lugar tem uma paisagem incrível e que rende belíssimas fotos.

Queria poder falar também do Geiser del Tatio e do Cerro Toco, mas vai ficar para uma próxima oportunidade. Esses são os dois passeios que foram 100% cancelados por conta do mal tempo. Assim é a vida, assim é a natureza, IMPREVISÌVEL. Mas é justamente isso que a torna única.

Atacama, eu voltarei!!! E já com planos de fazer o salar de Uyuni também!

Hasta la vista!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 

 
 

quinta-feira, 13 de abril de 2017

O QUE FAZER NO DESERTO DO ATACAMA

 
 
Quando se fala em deserto você pensa o quê? Lugar inóspito, pouca ou nenhuma água, cactos, areia, pedra, temperaturas extremas, vinícola.....sim, eu disse vinícola! Um dos passeios que fizemos foi a  visita a uma Cooperativa produtora de uva/vinho, de nome Ayllu. Coincidência do vinho ter o mesmo nome da agência que contratamos. Ayllu, na língua nativa do povo do deserto, quer dizer comunidade. Visitamos o parreiral da região de Toconao, mas existem outras áreas plantadas em povoados vizinhos. A região e as técnicas de produção são bastante rústicas mas super focadas na sustentabilidade: fazem compostagem com os resíduos do próprio parreiral, armazenam a água das chuvas pra garantir a irrigação por gotejamento, a energia para a bomba d’água vem de painéis solares, a colheita é toda manual e por ai vai. Além de práticas sustentáveis rentáveis, outra característica peculiar desse vinho é a altitude, sendo produzido a 2400m acima do nível do mar. Fiquei encantada com o lugar! E mais uma vantagem que só se tem na época de chuvas (eu fazendo o jogo do contente!): saborear as uvas Malbec direto do pé. Pensa numa uva docinha! Além de Malbec eles também plantam: Pinot Noir, Syrah, Petit Verdot e Chardonnay. Mas essas variedades, ou cepas, como eles dizem por lá,  já haviam sido todas colhidas.
Após o tour pela vinícola, degustamos 3 dos vinhos produzidos por eles, acompanhado de alguns queijos e outros petiscos – delícia! São vinhos jovens mas todos muito saborosos. Claro que trouxe um para casa para a família experimentar. Não sou nenhuma entendida de vinhos, mas sei dizer o que é agradável ao paladar. Na contratação desse passeio, estava incluso Tour do Vinho + Salar de Atacama. A idéia era assistir o pôr-do-sol no salar mas, infelizmente, a estrada estava fechada por conta da chuva. Nosso guia ainda tentou pegar um caminho alternativo, fizemos uma parada no centro de Toconao, visitamos a igrejinha da cidade  e no caminho de volta a San Pedro conseguimos ver um sol entre nuvens, mas nada daquele pôr-do-sol de revista prometido.
 



Outro lugar muito bacana que estivemos foram as Termas de Puritama. Um verdadeiro oásis no meio do deserto. Um rio de água quente e cristalina que forma cascatas e piscinas naturais morninhas, lugar perfeito para recuperar as energias depois de vários dias no deserto. A termas ficam numa propriedade particular e é cobrado um valor para entrada. Dica: tenha sempre dinheiro vivo na carteira, muitos lugares não aceitam cartão. A paisagem em volta é muito bonita, o rio corre no vale, tem bastante vegetação ao redor (cactos e arbustos), e muita pedra. No local existem banheiros e vestiários para trocar de roupa. No nosso caso a agência disponibilizava o roupão, do contrário é bom que você leve a sua toalha e roupas secas para trocar depois do mergulho. E não menos importante: protetor solar, chapéu, óculos escuros, pois o sol queima demais na altitude. Não existe lanchonete nem restaurante por perto, portanto, se a agência que você contratar não oferecer nenhum tipo de alimentação, sugiro que você leve um lanchinho na mochila, porque a hora que sair da água vai te dar aquela fome. A Ayllu Atacama, nossa agência, serviu o almoço lá no local, prepararam tudo na hora (como não amar!) afinal de contas não é todo dia que se pode fazer uma refeição com visual daqueles. Tivemos aproximadamente 2 horas para curtir as piscinas, então almoçamos e retornamos a San Pedro. (+/- 60 km ida e volta).
 
 
Outro passeio top foi o Salar de Tara. As Termas e Tara foram os passeios que conseguimos fazer 100%. A excursão para o Salar de Tara começa bem cedo e leva o dia todo. Entre 5h30 e 6h00 a van passou para nos buscar no Hostel. Fomos orientados a levar roupa para frio mais intenso e casaco corta vento, pois no caminho alcançaríamos altitudes superiores a 4.500m. Foram diversas paradas e muitas fotos. Foi nesse o passeio que conseguimos ver mais animais: Lhamas, guanacos, flamingos e algumas outras aves andinas. Também passamos por um trecho de neve, coisa mais lindaaaaa! Interessante ver esses contrastes no deserto: Calor, seco, chuva, neve, tudo junto e ao mesmo tempo. Aqui vale mencionar que, o caminho é longo e não temos banheiro no trajeto (o único que tinha estava FE-CHA-DO) e eles dizem: “- Beba muita água”. Meus queridos, ou melhor, minhas queridas, se você não é capaz de controlar a sua bexiga, vai ter que se adaptar a realidade do deserto, onde a única opção são os baños naturales ou banheiro Inca como alguns chamam por lá. É no mato mesmo, quer dizer, no meio das pedras por que nem mato tem. Já havia passado por situação semelhante na Bolívia e Peru, então já estava escolada.
 

 
Chegamos numa colina, que funciona como uma espécie de mirante para o Salar, visual IN-CRÍ-VEL!!! Descendo essa colina as vans indicaram ao nosso grupo fazer uma trilha, a pé,  de aproximadamente 30 a 40 min enquanto eles preparavam nosso almoço à beira do Salar de Tara. Não é por nada não, mas foi um almoço caprichado, onde foi servido salmão e vinho branco. Tenho que dizer, existe vida mais barata que essa, maaaaas...... (risos).
 
Salud!
 
Aguardem próximo post dicas e comentários da Laguna Cejar, Piedras Rojas e Lagunas Altiplanicas.