quinta-feira, 13 de abril de 2017

O QUE FAZER NO DESERTO DO ATACAMA

 
 
Quando se fala em deserto você pensa o quê? Lugar inóspito, pouca ou nenhuma água, cactos, areia, pedra, temperaturas extremas, vinícola.....sim, eu disse vinícola! Um dos passeios que fizemos foi a  visita a uma Cooperativa produtora de uva/vinho, de nome Ayllu. Coincidência do vinho ter o mesmo nome da agência que contratamos. Ayllu, na língua nativa do povo do deserto, quer dizer comunidade. Visitamos o parreiral da região de Toconao, mas existem outras áreas plantadas em povoados vizinhos. A região e as técnicas de produção são bastante rústicas mas super focadas na sustentabilidade: fazem compostagem com os resíduos do próprio parreiral, armazenam a água das chuvas pra garantir a irrigação por gotejamento, a energia para a bomba d’água vem de painéis solares, a colheita é toda manual e por ai vai. Além de práticas sustentáveis rentáveis, outra característica peculiar desse vinho é a altitude, sendo produzido a 2400m acima do nível do mar. Fiquei encantada com o lugar! E mais uma vantagem que só se tem na época de chuvas (eu fazendo o jogo do contente!): saborear as uvas Malbec direto do pé. Pensa numa uva docinha! Além de Malbec eles também plantam: Pinot Noir, Syrah, Petit Verdot e Chardonnay. Mas essas variedades, ou cepas, como eles dizem por lá,  já haviam sido todas colhidas.
Após o tour pela vinícola, degustamos 3 dos vinhos produzidos por eles, acompanhado de alguns queijos e outros petiscos – delícia! São vinhos jovens mas todos muito saborosos. Claro que trouxe um para casa para a família experimentar. Não sou nenhuma entendida de vinhos, mas sei dizer o que é agradável ao paladar. Na contratação desse passeio, estava incluso Tour do Vinho + Salar de Atacama. A idéia era assistir o pôr-do-sol no salar mas, infelizmente, a estrada estava fechada por conta da chuva. Nosso guia ainda tentou pegar um caminho alternativo, fizemos uma parada no centro de Toconao, visitamos a igrejinha da cidade  e no caminho de volta a San Pedro conseguimos ver um sol entre nuvens, mas nada daquele pôr-do-sol de revista prometido.
 



Outro lugar muito bacana que estivemos foram as Termas de Puritama. Um verdadeiro oásis no meio do deserto. Um rio de água quente e cristalina que forma cascatas e piscinas naturais morninhas, lugar perfeito para recuperar as energias depois de vários dias no deserto. A termas ficam numa propriedade particular e é cobrado um valor para entrada. Dica: tenha sempre dinheiro vivo na carteira, muitos lugares não aceitam cartão. A paisagem em volta é muito bonita, o rio corre no vale, tem bastante vegetação ao redor (cactos e arbustos), e muita pedra. No local existem banheiros e vestiários para trocar de roupa. No nosso caso a agência disponibilizava o roupão, do contrário é bom que você leve a sua toalha e roupas secas para trocar depois do mergulho. E não menos importante: protetor solar, chapéu, óculos escuros, pois o sol queima demais na altitude. Não existe lanchonete nem restaurante por perto, portanto, se a agência que você contratar não oferecer nenhum tipo de alimentação, sugiro que você leve um lanchinho na mochila, porque a hora que sair da água vai te dar aquela fome. A Ayllu Atacama, nossa agência, serviu o almoço lá no local, prepararam tudo na hora (como não amar!) afinal de contas não é todo dia que se pode fazer uma refeição com visual daqueles. Tivemos aproximadamente 2 horas para curtir as piscinas, então almoçamos e retornamos a San Pedro. (+/- 60 km ida e volta).
 
 
Outro passeio top foi o Salar de Tara. As Termas e Tara foram os passeios que conseguimos fazer 100%. A excursão para o Salar de Tara começa bem cedo e leva o dia todo. Entre 5h30 e 6h00 a van passou para nos buscar no Hostel. Fomos orientados a levar roupa para frio mais intenso e casaco corta vento, pois no caminho alcançaríamos altitudes superiores a 4.500m. Foram diversas paradas e muitas fotos. Foi nesse o passeio que conseguimos ver mais animais: Lhamas, guanacos, flamingos e algumas outras aves andinas. Também passamos por um trecho de neve, coisa mais lindaaaaa! Interessante ver esses contrastes no deserto: Calor, seco, chuva, neve, tudo junto e ao mesmo tempo. Aqui vale mencionar que, o caminho é longo e não temos banheiro no trajeto (o único que tinha estava FE-CHA-DO) e eles dizem: “- Beba muita água”. Meus queridos, ou melhor, minhas queridas, se você não é capaz de controlar a sua bexiga, vai ter que se adaptar a realidade do deserto, onde a única opção são os baños naturales ou banheiro Inca como alguns chamam por lá. É no mato mesmo, quer dizer, no meio das pedras por que nem mato tem. Já havia passado por situação semelhante na Bolívia e Peru, então já estava escolada.
 

 
Chegamos numa colina, que funciona como uma espécie de mirante para o Salar, visual IN-CRÍ-VEL!!! Descendo essa colina as vans indicaram ao nosso grupo fazer uma trilha, a pé,  de aproximadamente 30 a 40 min enquanto eles preparavam nosso almoço à beira do Salar de Tara. Não é por nada não, mas foi um almoço caprichado, onde foi servido salmão e vinho branco. Tenho que dizer, existe vida mais barata que essa, maaaaas...... (risos).
 
Salud!
 
Aguardem próximo post dicas e comentários da Laguna Cejar, Piedras Rojas e Lagunas Altiplanicas.