quinta-feira, 3 de agosto de 2017

JUNGFRAUJOCH - TOP OF EUROPE



Platô do Glaciar
 
Quem me conhece sabe da minha paixão pelo frio, pela neve (e a pessoa que aqui vos escreve mora em Cuiabá, veja bem o contraste!), pelas montanhas, lagos....enfim, paisagens que não tem nada a ver com nosso país tropical. Se você acompanha este blog já deve ter percebido isso pelos posts e fotos que compartilho. E nesses quesitos nossos vizinhos hermanos estão bem servidos com os Andes, a cadeia montanhosa que corta a maioria dos países da América espanhola, assim como a Europa também está bem servida com os Alpes, o Canadá com as Montanhas Rochosas ou Rocky Montains como eles dizem por lá, e por ai vai.

Continuando nessa pegada de montanha, neve e afins, vou começar de trás pra frente, falando da minha mais recente andança, na qual estive conhecendo mais um pedacinho da Suíça - o Jungfraujoch. Não posso negar que este é um destino beeeem CARO, mas também preciso dizer que vale cada Franco Suíço investido! A dica desse passeio foi da minha querida amiga Fernandaresidente na Suíça já há um bom tempo. E como eu estava hospedada na casa dela, e ela morando em Lausanne, esse foi o meu ponto de partida. Infelizmente a Fer não pôde ir comigo nesse passeio, afinal de contas alguém precisava trabalhar né! 

O primeiro passo foi pegar um trem de Lausanne para Interlaken, cidade que foi o meu ponto de partida para a Jungfrau. Esse trecho dura em torno de 2 horas, com uma conexão em Berna. Pra quem não sabe, Jungfrau é uma das montanhas mais altas da Europa (4.158m), por isso “Top of Europe”. De Interlaken até o topo da montanha (na estação de trem mais alta da Europa - 3454m) são mais 2 horas de trem. Parece muito tempo né? Mas garanto que você nem vê passar, já que o percurso todo é repleto de paisagens de tirar o fôlego. Sabe aquele clichê que diz que “a felicidade é o caminho e não o destino”?  Ele se aplica muito bem a este passeio! 😊
Tanto na subida quanto na descida, o trem é bem lento, o que é providencial para se aproveitar o cenário com tranquilidade. São duas opções de caminho a partir da estação Interlaken Ost, com 3 ou 4 conexões cada.  O bilhete permite que você faça qualquer um deles. Assim, já comprei o bilhete ida e volta, subindo pelo caminho que passa por Lauterbrunnen e na volta desci pelo caminho que passa por Grindelwald (veja o mapa). Poderia ter feito o oposto também, ambas as opções são válidas. Esse ticket custa em torno de CHF 200,00, o que hoje seria aproximadamente R$ 700,00.

A medida que o trem vai subindo, a paisagem vai mudando até ficar completamente tomada pela neve! Lindo! Lindo! Lindo! Estive lá em meados de abril, portanto primavera no Hemisfério Norte, mas nem por isso dispense um bom agasalho, luvas, cachecol e gorro. Nos últimos 7,5 km da subida, o trem segue por túneis dentro da montanha. No meio do caminho há um mirante envidraçado, onde o trem faz uma paradinha rápida. Há também banheiros nesse local. Fim da Linha –desembarcamos em Jungfraujoch!

Platô do Glaciar
É impressionante o complexo que eles construíram dentro da montanha. Com restaurantes, um palácio de gelo, o Alpine Sensation, o platô do Glaciar, entre outras atrações. Logo no hall de entrada existe um mapa que mostra onde fica cada atração, é basicamente um caminho único, numa sequência de túneis e corredores, então é só seguir o fluxo. E o que não poderia faltar? Lojinhaaaaas! Aquelas pega turista sabe? Inclusive uma megastore dos Chocolates Lindt com mega bombons. Quem resiste?! E mesmo que você não compre chocolates, na saída da loja você ganha um pra adoçar a boca. E no trem, quando pedem pra ver o seu bilhete, os cobradores agradecem ofertando um chocolate. Delícia! O platô, sem sombra de dúvidas é o melhor lugar do complexo (apesar do vento e do frio de -8 graus). O céu estava limpíssimo, azulsíssimo, perfeitíssimo para fotografar! Se existe um santo protetor dos turistas, viajantes e mochileiros, ele olhou pra mim e pensou: “depois do tempo feio lá do Atacama, ela merece um belíssimo céu azul!”  (pra quem leu os posts sobre o deserto, sabe do que eu tô falando). Muitos clicks depois, hora de começar a descida.

No caminho de volta, continuamos com aquela sequência de cenários MA-RA-VI-LHO-SOS, difícil decidir para que lado olhar, com medo de perder alguma coisa. Fiz um parada em Grindelwald, também por recomendação da Fer. Infelizmente o meu tempo era curto, pois precisava voltar a Interlaken Ost a tempo de pegar o último trem rápido pra Lausanne e não chegar tão tarde da noite em casa. Com o  timetalble na mão não tem erro, tudo funciona como um relógio, ou não seria a Suíça né? Fiz uma breve caminhada pelo centrinho de Grindelwald, e que gracinha de cidade! Estava acontecendo alguma festividade por lá naquele dia, bem próximo à estação de trens havia uma praça onde se podia ouvir músicas típicas do Tirol, pessoas bebendo cerveja e um monte de vaquinhas expondo a figura na rua. Uma visão pitoresca. Como  ainda não havia almoçado, aproveitei a parada e o cenário idílico para degustar uma comidinha típica do lado alemão da Suíça: Salsicha, batatas e chucrute, acompanhado de uma cerveja Red Ale. (agora que eu tenho um irmão cervejeiro, não posso fazer feio quando falar de cerveja! 😝 )

Hora de partir. Aufwiedersehn!

O que eu faria diferente nesse passeio: optaria por um ou dois pernoites em alguma dessas cidadezinhas por onde o trem passa e assim teria mais tempo para aproveitar algumas delas.
 
Hummm.....
 
 
Grindelwald
 
 
 
 
 
Dispensa apresentações ;)
 
Alpine Sensation
 
 
Lauterbrunnen
Interlaken
 
 

 
 
 

sábado, 17 de junho de 2017

ATACAMA: SUPER DICAS E SUGESTÕES DE PASSEIOS

 
E aí, já começou planejar sua viagem para o Atacama? Ainda não?! Já posso adiantar que, se o seu tempo for curto, a parte mais dificil será decidir quais passeios ficam de fora. Porque a vontade é de fazer TODOS!
E apesar do Atacama ser um deserto, muitos passeios são visitas a lagoas que se formaram por lá, como a Laguna Cejar, Lagunas Altiplanicas, Piedras Rojas e Ojos del Salar.
 
Laguna Cejar foi nossa primeira parada. Começamos light, é um passeio bem tranquilo, bom pra quem acabou de chegar e ainda está em fase de adaptação da altitude. A área é liberada para banho, embora a temperatura da água não seja lá muito convidativa, mas estando no deserto, tem que experimentar né?! Porém, o mais interessante dessa lagoa, além da água cristalina, é sua concentração de sal. Sim, uma lagoa mais salgada que o Mar Morto! E pra quem não sabe, quanto mais sal na água, mais facilmente você flutua. É muuuuito legal e estranho também, pois você não consegue afundar seu corpo na água. Já tentou afundar uma rolha na água pra ver o que acontece? Acredito que a sensação é a mesma. 😃 Se você está precisando de um banho de descarrego, essa lagoa é o lugar certo pra você! Brincadeiras a parte, como a concentração de sal é muito alta, quando saimos da água o corpo fica branquinho, todo coberto por uma camada de sal. No local existem chuveiros, mas a dica aqui é já ir com a roupa de banho por baixo, para evitar as filas nos banheiros, toalha de banho e chinelos que possam molhar. Como existem muitos cristais de sal no chão, o chinelo evita que você se machuque até chegar na beira d´água. Um pouco mais adiante ficam os Ojos del Salar, são duas crateras super profundas cheias de água doce. Aqui também é possivel tomar banho. No nosso caso, como o tempo fechou, só paramos para dar uma olhadinha mesmo. E este passeio deveria terminar com um lanche admirando o pôr do sol na Laguna Tebinquinche, maaaaaas nem sol tinha mais, muito nublado e começando chover. Retornamos para a agência e fizemos nosso lanche por lá: vinho, frios e frutas. Huuummm....
Outro passeio que leva praticamente o dia todo é  Piedras Rojas + Lagunas Altiplânicas. O caminho já vale muuuuito a pena. Várias paradas para fotografar no percurso. Saimos cedo, temperatura bem amena e foi esquentando ao longo do dia e até saiu um solzinho. Quando passamos por Piedras Rojas ainda estava bem nublado e ventando, infelizmente não foi possível contemplar a beleza do lugar na sua totalidade, sem o contraste do céu azul, as fotos não ficam lá essas coisas né (quem curte fotografar, sabe do que eu tô falando). Tivemos nosso café da manhã por lá e então partimos para Lagunas Altiplanicas. Embora o tempo tenha começado abrir, em virutde da chuva do dia anterior, o caminho para as Lagunas estava FE-CHA-DO. Sim, demos com a cara na porta. (entendem por que eu digo que tenho que voltar ao deserto?) 😝 Mas o caminho ajuda amenizar um pouco da frustração de ter perdido o passeio. Em determinado ponto da estrada passamos pelo marco do Trópico de Capricórnio, sabe aquelas linhas imaginárias que estudamos na escola? Pois é, ela mesma. Lagunas Chaxa, Miscanti e Meniques, as duas últimas ficam ao pé de uma cadeia de montanhas e vulções com picos nevados (só vi em foto) e é possível dar um mergulho também. Lagunas queridas, I´ll be back!
E para encerrar os passeios no deserto, dois vales: Valle de la Luna e Valle de la Muerte. Paisagens que mostram bem porque esse deserto é tão peculiar.  Os dois passeios são feitos no mesmo dia e na parte da tarde por dois motivos óbvios: por que o calor já começa diminuir e assistir o pôr do sol lá é um espetáculo a parte. Valle de la Luna (eu não queria ser reduntante, maaaaas.... o vale recebe esse nome por que acreditam que remete a paisagem lunar) a gente caminha um bocado, tem uma parte de subidinha na areia, então fica um pouco puxado quando estamos em altas altitudes. Mas como sempre, o visual compensa TUDO. Formações rochosas esculpidas pelo vento e pela água. E vemos muito sal também. Quem olha as fotos pode pensar que é neve no chão, mas é sal mesmo. Já o Valle de la Muerte ninguém sabe ao certo por que tem esse nome. Uns dizem que é pelo fato de não haver vida alguma lá, ou por ser o lugar onde os animais que não resistiam ao deserto, escolhiam para morrer e por ai vai. O fato é que o lugar tem uma paisagem incrível e que rende belíssimas fotos.

Queria poder falar também do Geiser del Tatio e do Cerro Toco, mas vai ficar para uma próxima oportunidade. Esses são os dois passeios que foram 100% cancelados por conta do mal tempo. Assim é a vida, assim é a natureza, IMPREVISÌVEL. Mas é justamente isso que a torna única.

Atacama, eu voltarei!!! E já com planos de fazer o salar de Uyuni também!

Hasta la vista!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 

 
 

quinta-feira, 13 de abril de 2017

O QUE FAZER NO DESERTO DO ATACAMA

 
 
Quando se fala em deserto você pensa o quê? Lugar inóspito, pouca ou nenhuma água, cactos, areia, pedra, temperaturas extremas, vinícola.....sim, eu disse vinícola! Um dos passeios que fizemos foi a  visita a uma Cooperativa produtora de uva/vinho, de nome Ayllu. Coincidência do vinho ter o mesmo nome da agência que contratamos. Ayllu, na língua nativa do povo do deserto, quer dizer comunidade. Visitamos o parreiral da região de Toconao, mas existem outras áreas plantadas em povoados vizinhos. A região e as técnicas de produção são bastante rústicas mas super focadas na sustentabilidade: fazem compostagem com os resíduos do próprio parreiral, armazenam a água das chuvas pra garantir a irrigação por gotejamento, a energia para a bomba d’água vem de painéis solares, a colheita é toda manual e por ai vai. Além de práticas sustentáveis rentáveis, outra característica peculiar desse vinho é a altitude, sendo produzido a 2400m acima do nível do mar. Fiquei encantada com o lugar! E mais uma vantagem que só se tem na época de chuvas (eu fazendo o jogo do contente!): saborear as uvas Malbec direto do pé. Pensa numa uva docinha! Além de Malbec eles também plantam: Pinot Noir, Syrah, Petit Verdot e Chardonnay. Mas essas variedades, ou cepas, como eles dizem por lá,  já haviam sido todas colhidas.
Após o tour pela vinícola, degustamos 3 dos vinhos produzidos por eles, acompanhado de alguns queijos e outros petiscos – delícia! São vinhos jovens mas todos muito saborosos. Claro que trouxe um para casa para a família experimentar. Não sou nenhuma entendida de vinhos, mas sei dizer o que é agradável ao paladar. Na contratação desse passeio, estava incluso Tour do Vinho + Salar de Atacama. A idéia era assistir o pôr-do-sol no salar mas, infelizmente, a estrada estava fechada por conta da chuva. Nosso guia ainda tentou pegar um caminho alternativo, fizemos uma parada no centro de Toconao, visitamos a igrejinha da cidade  e no caminho de volta a San Pedro conseguimos ver um sol entre nuvens, mas nada daquele pôr-do-sol de revista prometido.
 



Outro lugar muito bacana que estivemos foram as Termas de Puritama. Um verdadeiro oásis no meio do deserto. Um rio de água quente e cristalina que forma cascatas e piscinas naturais morninhas, lugar perfeito para recuperar as energias depois de vários dias no deserto. A termas ficam numa propriedade particular e é cobrado um valor para entrada. Dica: tenha sempre dinheiro vivo na carteira, muitos lugares não aceitam cartão. A paisagem em volta é muito bonita, o rio corre no vale, tem bastante vegetação ao redor (cactos e arbustos), e muita pedra. No local existem banheiros e vestiários para trocar de roupa. No nosso caso a agência disponibilizava o roupão, do contrário é bom que você leve a sua toalha e roupas secas para trocar depois do mergulho. E não menos importante: protetor solar, chapéu, óculos escuros, pois o sol queima demais na altitude. Não existe lanchonete nem restaurante por perto, portanto, se a agência que você contratar não oferecer nenhum tipo de alimentação, sugiro que você leve um lanchinho na mochila, porque a hora que sair da água vai te dar aquela fome. A Ayllu Atacama, nossa agência, serviu o almoço lá no local, prepararam tudo na hora (como não amar!) afinal de contas não é todo dia que se pode fazer uma refeição com visual daqueles. Tivemos aproximadamente 2 horas para curtir as piscinas, então almoçamos e retornamos a San Pedro. (+/- 60 km ida e volta).
 
 
Outro passeio top foi o Salar de Tara. As Termas e Tara foram os passeios que conseguimos fazer 100%. A excursão para o Salar de Tara começa bem cedo e leva o dia todo. Entre 5h30 e 6h00 a van passou para nos buscar no Hostel. Fomos orientados a levar roupa para frio mais intenso e casaco corta vento, pois no caminho alcançaríamos altitudes superiores a 4.500m. Foram diversas paradas e muitas fotos. Foi nesse o passeio que conseguimos ver mais animais: Lhamas, guanacos, flamingos e algumas outras aves andinas. Também passamos por um trecho de neve, coisa mais lindaaaaa! Interessante ver esses contrastes no deserto: Calor, seco, chuva, neve, tudo junto e ao mesmo tempo. Aqui vale mencionar que, o caminho é longo e não temos banheiro no trajeto (o único que tinha estava FE-CHA-DO) e eles dizem: “- Beba muita água”. Meus queridos, ou melhor, minhas queridas, se você não é capaz de controlar a sua bexiga, vai ter que se adaptar a realidade do deserto, onde a única opção são os baños naturales ou banheiro Inca como alguns chamam por lá. É no mato mesmo, quer dizer, no meio das pedras por que nem mato tem. Já havia passado por situação semelhante na Bolívia e Peru, então já estava escolada.
 

 
Chegamos numa colina, que funciona como uma espécie de mirante para o Salar, visual IN-CRÍ-VEL!!! Descendo essa colina as vans indicaram ao nosso grupo fazer uma trilha, a pé,  de aproximadamente 30 a 40 min enquanto eles preparavam nosso almoço à beira do Salar de Tara. Não é por nada não, mas foi um almoço caprichado, onde foi servido salmão e vinho branco. Tenho que dizer, existe vida mais barata que essa, maaaaas...... (risos).
 
Salud!
 
Aguardem próximo post dicas e comentários da Laguna Cejar, Piedras Rojas e Lagunas Altiplanicas.
 







 

quinta-feira, 23 de março de 2017

#PARTIUATACAMA


 
Você já deu uma olhadinha no post anterior? Não?! Volta lá que ainda dá tempo! Foi um post bem bacana de escrever pois eu estava justamente envolvida com a preparação da minha bagagem para o Deserto do Atacama –  que é o assunto deste e dos próximos posts.
Se você é daquele grupo de pessoas que quando alguém diz - “vou viajar para o deserto” e você se pergunta: “o que essa criatura vai fazer num lugar desses?”. A resposta é muito simples: O deserto é um lugar FASCINANTE! Confesso que me surpreendi quando algumas pessoas demonstraram ter pouca ou nenhuma informação sobre o Atacama, é um lugar que já foi tema de diversos documentários, inclusive na TV aberta, fora revistas especializadas e blogs de viagem que volta e meia colocam o Deserto em evidência. Não tive dificuldades para colher informações sobre os passeios, agências, hostelscomo chegar...enfim, tudo pela rede. O Instagram também tem sido uma ferramenta ótima nas minhas buscas, a agência que contratamos, Ayllu Atacama, descobri através desse aplicativo.

Vista aérea da Cordilheira dos Andes
Deserto de Atacama está localizado no norte do Chile e é considerado o mais alto e mais árido do mundo. (Há controvérsias!) Reza a lenda que chove muito pouco na região, no entanto acho que  choveu o prometido para o ano inteiro durante a semana que passei por lá. Sim, isso mesmo, peguei chuva no deserto! É que eu chamo de ter MUITA SORTE, um evento único bem na época que você está visitando, não é para qualquer um! (risos).  Mas esse é o risco que você corre se decidir visitar esta maravilha de lugar, principalmente entre os meses de dezembro e março, período que eles chamam de inverno altiplânico. O grande problema é que chuva e deserto definitivamente não combinam. A região não tem estrutura para enfrentar chuvas muito fortes. Sem dúvida essa não é melhor época para visitar o Atacama, embora as chuvas não perdurem por longos períodos, se ela acontecer bem na época da sua viagem, pode atrapalhar bastante os passeios, pois com a chuvarada muitas estradas ficam interditadas. Foi o que aconteceu comigo e com diversos outros turistas que estiveram por lá no último mês de fevereiro.  Como ficamos 6 dias ainda tivemos a possibilidade de remarcar alguns passeios, e a agência foi muito solícita nesse quesito. Para dois passeios não tínhamos mais tempo para remarcar, a estrada de acesso havia sido interditada por conta da forte chuva do dia anterior. É a tal da situação que está fora do controle. A agência nos pediu desculpas e devolveu integralmente o valor pago pelos passeios não executados.
Lendo assim dá até pra pensar que a viagem foi um fracasso né?! Mas não foi não! Óbvio que não dá pra negar que ficamos bem chateadas por não conseguir fazer tudo o que havíamos planejado. Amei o Atacama e claro que já tenho planos de voltar, e com certeza será fora do período de chuvas. Mas como tudo na vida tem o lado bom, não fossem as chuvas, não teríamos presenciado o belíssimo cenário dos picos nevados dos vulcões da região. Podemos dizer que isso foi a cerejinha do bolo da nossa trip
Para começar essa aventura, primeiro passo é chegar em San Pedro de Atacama. Para isso você deve pegar um vôo até Calama, onde fica o aeroporto mais próximo, aprox. 100km de San Pedro. O primeiro serviço que contatei foi o da agência, por e-mail, que por fim acabou também recomendando o hostel e o transfer. Creio que mais ou menos um antes comecei seguir o Instagram da Ayllu Atacama e pude acompanhar os serviços e passeios oferecidos por eles, o que conferiu aquela confiabilidade que a gente precisa quando vai contratar um serviço assim a distância. Para fazer o nosso translado aeroporto-hostel-aeroporto contratamos os Transportes Turísticos Pampa. Estavam com a plaquinha nos aguardando no saguão do aeroporto quando chegamos e nos buscaram no hostel na hora marcada para nos levar ao aeroporto também. Perfeito! Nos hospedamos no Hostal Campo Base, albergue bem localizado, fica a uns 5 ou 10 min do centro (Rua Caracoles), caminhando. A agência me indicou 3 Albergues, pesquisei os três e optei  por aquele que considerei oferecer o melhor custo-benefício. Chamo de benefício: limpeza, café da manhã reforçado e boa localização. E o Campo Base atendeu muito bem, inclusive com alguns detalhes que até então eu não havia visto em nenhum dos albergues que me hospedei, como por exemplo shampoo, condicionador e sabonete líquido disponível nos banheiros e, nos dias que saíamos de madrugada para os passeios (antes do horário do café da manhã), eles deixavam um lanche pronto para viagem. Achei muuuito bacana! Isso tudo por USD 28,00/noite.
Uma das refeições oferecidas pela Ayllu
Sobre a agência, que contratamos, podemos dizer que foi uma agência “Nutella”. Lembra daquela máxima? Economizar de um lado para fazer extravagâncias do outro? Foi o que fizemos. Nas minhas pesquisas encontrei opções mais baratas para os mesmos passeios, porém sem o plus que a Ayllu oferece: todos os passeios tem alimentação incluída (e não é barrinha de cereal não!), eles conseguem praticamente oferecer um banquete no meio do deserto, com direito a salmão, ceviche e vinho. A pergunta que não quer calar é: como que aquelas taças não se quebram, porque boa parte das estradas são dignas de um Rallie! E mais: os carros são bons, os guias são super legais, todos falam “portunhol”, e para os turistas mais sensíveis a agência também tem um cilindro de oxigênio a disposição caso alguém sinta demais a altitude. Definitivamente não é uma agência raiz!:) Existem outras agências que oferecem o mesmo tipo de serviço, e agência é o que não falta por lá. Você pode tanto contratar quando chegar ou se antecipar. Optamos por nos antecipar, e isso nos rendeu um desconto de 30% nos passeios.  Contratamos:

Laguna Cejar + Ojos del Salar
Lagunas Altiplânicas + Piedras Rojas
Salar de Tara
Valle de la Luna + Valle de la Muerte
Tour do Vinho + Salar de Atacama
Termas de Puritama
Geiser el Tatio (passeio cancelado)
Cerro Toco (passeio cancelado)

Os dois passeios cancelados havíamos deixado para o final propositadamente, por serem os passeios de maior altitude. Assim, teríamos um período maior de adaptação e provavelmente sofreríamos menos com o mal de altitude. Outros passeios comuns por lá: Lagunas escondidas, tour astronômico, vulcão Lascar e até excursões para o salar de Uyuni é possível contratar. Mas esses ficaram para nossa próxima visita ao deserto.

Quer saber mais sobre o Atacama? Aguarde o próximo post!

Centro de San Pedro de Atacama
Centro depois da chuva