sábado, 11 de fevereiro de 2017

VAMOS A LA PLAYA



A minha estada no Equador foi bem eclética, passei pela cidade grande, pelo interior visitando vulcões e agora é a vez do litoral! Nosso destino: Puerto Lopez. Foi a segunda vez que estive no Pacífico, a primeira aconteceu em Vancouver, mas lá não foi possível curtir a praia como se deve. :P
Tom tirou dois dias de folga no trabalho e emendamos com o final de semana. Pegamos um voo de madrugada de Quito para Manta e de Manta um ônibus até Puerto Lopez. Tomamos café da manhã no terminal de ônibus, antes de embarcar para o destino final. Meus queridos, já passei por rodoviárias bem feias nessas minhas andanças, mas essa de Manta realmente se superou. Confesso foi difícil decidir um lugar para comer alguma coisa. Agora deve estar pensando, “que guria fresca”, mas não é nada disso. Comer num lugar errado pode detonar o resto da sua viagem, não é mesmo? Enquanto tomávamos nosso desayuno, observamos o movimento no terminal. Ônibus entrando e saindo a todo momento, todos muito coloridos. Mas não são aqueles ônibus grandes que costumamos ver, é mais algo entre um ônibus e um micro-ônibus. Dezenas de ambulantes vendendo de tudo, principalmente comida.
Enfim, embarcamos. Sobre o conforto do bus? Foi tenso.....principalmente se você é mais alto que a média da população. Não havia espaço suficiente para as pernas. Fora o fato que estava longe de ser um veículo novo. Foram os 100 km mais longos da galáxia! O ônibus foi pingando pelo caminho e a cada parada hordas de ambulantes entravam para vender “snacks”. Comprei, para experimentar, um milho torrado e salgado, que eles chamam de Tostado. Bem gostosinho, bom par para uma cervejinha. Trouxe um pacote para casa também.
Chegamos em Puerto Lopez para o almoço. Nossa pousada – Hosteria Mandala. Tom já havia se encarregado das reservas. Ficava de frente para a praia, lugar bem aconchegante, um oásis no meio daquele calorão todo. As praias da região fazem parte do Parque Nacional Machalilla. Almoçamos, foi a primeira vez que experimentei o ceviche. Aprovadíssimo! Então aproveitamos para descansar um pouco, da saga que havia sido chegar até ali. Final do dia, com o sol mais baixo, curtirmos a praia em frente a pousada, onde há algumas coberturas de palha para você armar uma rede e relaxar. Considerando que a minha referência até então eram as praias de Santa Catariana, Paraná e SP, com águas muito frias, foi legal curtir as águas morninhas do Equador. Nesse meio tempo já havíamos reservado um passeio para nosso segundo dia, fomos desbravar a Isla de la Plata, já que Galápagos não deu dessa vez.
Puerto Lopez é uma vila de pescadores então é tudo bem simples.  Alguns poucos restaurantes e barzinhos na beira da praia, feitos de bambu e cobertos com palha, nem sombra de badalação de praias como Guarujá e Balneário Camboriú. Não existe nem o calçadão para caminhar na orla. Fomos até a outra ponta da praia, lugar onde ficavam ancorados a maioria dos barcos pesqueiros e de turismo. Lá estava o barco que nos levaria para a Isla de la Plata. Em nosso passeio, também participou um grupo de canadenses.  Éramos em torno de 15 pessoas, o barco era pequeno e seriam 3 horas aproximadamente mar aberto adentro. Os tripulantes deram algumas dicas para prevenir de ficarmos mareados. Na ida até funcionou, mas na volta....
O passeio na ilha foi legal, na chegada conhecemos a reserva que existe para proteção da reprodução das tartarugas, então fizemos uma trilha pela ilha, de onde pudemos observar algumas aves, fragatas, gaivotas e inclusive los patas azules, que é uma espécie encontrada também em Galápagos. Nosso guia era super bacana e bem humorado, explicava tudo sobre fauna e flora. Na volta fizemos  flutuação do lado mais protegido da Ilha. Os peixes chegam bem pertinho da gente. No passeio estavam inclusos os lanches que fizemos durante o dia. Frutas, bolo, sucos, sanduiches, água, refri...tudo mais leve para evitar alguém passar mal, mas... foi inevitável. (risos) Pulando essa parte...chegamos exaustos! Sol forte, mar e trilha deram uma canseira na gente. Só queríamos cama.
Terceiro e último dia, decidimos conhecer uma praia vizinha: Los Frailes, tida como uma das praias mais bonitas do país. E realmente, que praia linda! Areia mais clara e água transparente. Mas é mar aberto, então muitas ondas também. Essa praia tem horário de funcionamento e controle de entrada e saída de pessoas. Para chegar lá pegamos uma moto adaptada, que funciona como taxi e carrega 3 pessoas. O motorista mais 2. Na ponta norte da praia existe uma trilha que dá acesso a um mirante, de onde é possível ter a vista panorâmica do lugar. É muito comum avistar baleias nas praias dessa região, principalmente entre os meses de junho e setembro, mas estivemos por lá meados de maio. É bom levar algo para beliscar e água, pois é proibida a entrada de ambulantes e não há nenhum barzinho na beira da praia. Na volta pegamos o mesmo motorista, e passamos no centro para comprar umas lembrancinhas.


De volta ao hotel, hora de arrumar a mala, no dia seguinte embarcamos cedo para Quito. Aliás, primeiro o bus para Manta e depois o vôo para Quito. A semana no Equador foi intensa, mas foi muito ilustrativa. Ajudou mudar minhas impressões sobre a viajar na América do Sul. Tanto mudou que depois dessa viagem já estiver na Bolívia, Peru e Chile! Mas isso é assunto para os próximos posts!
Hora de retornar para o meu Brasil, e para fechar com chave de ouro fui presenteada com a visão do Cotopaxi pela janelinha do avião, MA-RA-VI-LHO-SO!
Hasta la vista!

















sábado, 4 de fevereiro de 2017

OTAVALO - UM BOM MOTIVO PARA CONHECER O EQUADOR



Todos os nossos hermanos que estão na borda do Pacífico fazem parte do que é chamado “anel de fogo”. São países que sofrem com terremotos e erupções vulcânicas. O Equador é um dos países presenteados com uma grande quantidade de vulcões, e lá fica o Cotopaxi com 5.897m, considerado o mais ativo do mundo. De Quito é possível vê-lo . Já o mais alto, porém inativo, é o Chimborazo com 6.310m, mas este fica nas proximidades de Guayaquil e não estive por aquelas bandas.
Visitei uma cidade próxima a Quito, chamada Otavalo, fica a mais ou menos 100km e a viagem dura por volta de 2 horas, pois o caminho é sinuoso pela Cordilheira dos Andes. E sabe quanto a passagem? Apenas 2 dólares. Novamente, meu amigo fez contato com uma amiga dele, equatoriana, que tinha uma sobrinha nessa cidade, a Diana, e pediu que ela me mostrasse a cidade e os arredores. Parti cedinho de Quito para um pernoite em Otavalo, no ônibus fiz amizade com uma Americana que também viajava sozinha e ela se juntou a nós para conhecer Otavalo.
Quando desci do ônibus, a amiga dele me reconheceu e gritou meu nome. Talvez estivesse escrito na minha testa: TU-RIS-TA. (risos) Ela nos levou, a americana e eu, ao encontro da sobrinha. Feita as apresentações, começamos  pela Cascada de Peguche. Uma trilha bem tranquila em meio a vegetação e de repente nos deparamos com a enorme cachoeira. Dizem que é uma área indígena e as pessoas tomam banhos de purificação por ali, mas não achei o clima convidativo para um mergulho. Tiramos algumas fotos e partimos. Voltamos para a cidade, aproveitamos um city-tour pelo centrinho, a pé mesmo, e fizemos uma pausa para o almoço. Depois disso, rumamos para o Parque del Cóndor. Também fica meio afastado da cidade, pegamos um bus até o ponto mais próximo (que não era tão próximo assim!) e depois fizemos o resto do trajeto caminhando. Apesar de bem cansativo, valeu a pena, tiramos boas fotos pelo caminho. Determinado momento havia uma colina, espécie de mirante natural de onde era possível ver a Laguna San Pablo e o Vulcão Imbabura. Nessa colina existe uma árvore, a “lechero”, considerada sagrada pelos indígenas da região e onde costumam fazer oferendas. Pelo caminho ainda, pequenas propriedade cercadas por plantações de milho.
Enfim chegamos ao Parque del Condor. Pouquíssimo movimento, tivemos o parque quase que com exclusividade para nós. Chamam parque, mas na realidade funciona como um zoológico de aves andinas. Boa parte das espécies foram resgatadas de cativeiros ilegais ou lugares inadequados ou ainda casos de maus tratos Nenhuma das aves foi retirada diretamente da natureza. O lugar é belíssimo, as calçadas todas de pedra e ao fundo pode-se ouvir a música dos andes. Cenário e fundo musical perfeitos. Tivemos a oportunidade de ver o famoso Condor (parece um urubuzão), várias corujas, gaviões, águias, um mais lindo que o outro! Do Parque também era possível ver o vulcão e o lago, o que rendeu belíssimas fotos. Determinadas horas do dia, uma pessoa do parque faz uma breve explanação sobre as aves, o que comem, como se comportam, tudo em espanhol, claro. E tivemos a felicidade de interagir com uma delas. Com muito cuidado pois uma bicadinha e pode dizer adeus ao seu dedo.
Já estava anoitecendo, saímos na hora de encerramento do parque. E agora como ir embora? Pegamos carona com uma camionete que estava indo para a cidade, fomos na caçamba, o motorista nos deixou no centro de Otavalo. Nos despedimos da americana e fomos lanchar, estávamos mortas de fome. Encontramos com o noivo da Diana e um amigo numa lanchonete, pedimos morocho dulce com empanadas de queso. O morocho é uma comida típica equatoriana que lembra muito a nossa canjica. Leite engrossado com milho, amendoim, canela, açúcar - muito gostoso. E a empanada é o que a gente conhece por pastel de queijo, muito bom também. O casal então me acompanhou até o hotel, tive que me despedir pois Diana não poderia me acompanhar no dia seguinte. Uma pessoa muito querida, mantemos contato até hoje pelo Facebook. Para o dia seguinte, Diana já havia me dado as coordenadas. Iria visitar o  Vulcão Cotacachi e a Laguna Cuicocha pela manhã e a feirinha de artesanatos no centro da cidade na parte da tarde.
Quando digo que foi tudo muito barato, foi mesmo. Fiquei em hotel, quarto com TV e banheiro privativo, por USD 12,00. Ah, sem esquecer o café da manhã incluso. Albergue nenhum no mundo que já me hospedei paguei tão barato. E olhe que hostel geralmente é quarto coletivo, banheiro compartilhado e sem TV. Este foi o Hotel Coraza.
 
Na manhã seguinte tomei meu café, delicioso por sinal, e segui em direção ao vulcão. Novamente um cenário muito bonito. Antes de seguir pela trilha, há um espaço com maquetes e explicações escritas sobre a formação desse vulcão. A história diz que esse vulcão explodiu há milhares de anos e seu topo afundou, aumentando assim a “boca” da cratera. Com isso formou-se um lago dentro dessa cratera, que chamam de Laguna Cuicocha. No centro da lagoa existem duas ilhotas que dizem ser produto de erupções vulcânicas. A trilha, ou sendero, como eles dizem por lá, é justamente em volta dessa cratera, de onde é possível ver a lagoa e as ilhotas. Não fiz a trilha completa, não havia tempo. Voltei ao centro da cidade para almoçar e na sequência fui para a feirinha de artesanato. Muita muvuca, mas pude comprar umas lembrancinhas por lá. Ali também vi pessoas com os trajes típicos da região. A parte de alimentação também foi interessante, seja pelas frutas e vegetais frescos ou pelas comidas típicas.
Final do dia, hora de pegar o busão e retornar a Quito e então partir para o Pacífico!