sábado, 4 de fevereiro de 2017

OTAVALO - UM BOM MOTIVO PARA CONHECER O EQUADOR



Todos os nossos hermanos que estão na borda do Pacífico fazem parte do que é chamado “anel de fogo”. São países que sofrem com terremotos e erupções vulcânicas. O Equador é um dos países presenteados com uma grande quantidade de vulcões, e lá fica o Cotopaxi com 5.897m, considerado o mais ativo do mundo. De Quito é possível vê-lo . Já o mais alto, porém inativo, é o Chimborazo com 6.310m, mas este fica nas proximidades de Guayaquil e não estive por aquelas bandas.
Visitei uma cidade próxima a Quito, chamada Otavalo, fica a mais ou menos 100km e a viagem dura por volta de 2 horas, pois o caminho é sinuoso pela Cordilheira dos Andes. E sabe quanto a passagem? Apenas 2 dólares. Novamente, meu amigo fez contato com uma amiga dele, equatoriana, que tinha uma sobrinha nessa cidade, a Diana, e pediu que ela me mostrasse a cidade e os arredores. Parti cedinho de Quito para um pernoite em Otavalo, no ônibus fiz amizade com uma Americana que também viajava sozinha e ela se juntou a nós para conhecer Otavalo.
Quando desci do ônibus, a amiga dele me reconheceu e gritou meu nome. Talvez estivesse escrito na minha testa: TU-RIS-TA. (risos) Ela nos levou, a americana e eu, ao encontro da sobrinha. Feita as apresentações, começamos  pela Cascada de Peguche. Uma trilha bem tranquila em meio a vegetação e de repente nos deparamos com a enorme cachoeira. Dizem que é uma área indígena e as pessoas tomam banhos de purificação por ali, mas não achei o clima convidativo para um mergulho. Tiramos algumas fotos e partimos. Voltamos para a cidade, aproveitamos um city-tour pelo centrinho, a pé mesmo, e fizemos uma pausa para o almoço. Depois disso, rumamos para o Parque del Cóndor. Também fica meio afastado da cidade, pegamos um bus até o ponto mais próximo (que não era tão próximo assim!) e depois fizemos o resto do trajeto caminhando. Apesar de bem cansativo, valeu a pena, tiramos boas fotos pelo caminho. Determinado momento havia uma colina, espécie de mirante natural de onde era possível ver a Laguna San Pablo e o Vulcão Imbabura. Nessa colina existe uma árvore, a “lechero”, considerada sagrada pelos indígenas da região e onde costumam fazer oferendas. Pelo caminho ainda, pequenas propriedade cercadas por plantações de milho.
Enfim chegamos ao Parque del Condor. Pouquíssimo movimento, tivemos o parque quase que com exclusividade para nós. Chamam parque, mas na realidade funciona como um zoológico de aves andinas. Boa parte das espécies foram resgatadas de cativeiros ilegais ou lugares inadequados ou ainda casos de maus tratos Nenhuma das aves foi retirada diretamente da natureza. O lugar é belíssimo, as calçadas todas de pedra e ao fundo pode-se ouvir a música dos andes. Cenário e fundo musical perfeitos. Tivemos a oportunidade de ver o famoso Condor (parece um urubuzão), várias corujas, gaviões, águias, um mais lindo que o outro! Do Parque também era possível ver o vulcão e o lago, o que rendeu belíssimas fotos. Determinadas horas do dia, uma pessoa do parque faz uma breve explanação sobre as aves, o que comem, como se comportam, tudo em espanhol, claro. E tivemos a felicidade de interagir com uma delas. Com muito cuidado pois uma bicadinha e pode dizer adeus ao seu dedo.
Já estava anoitecendo, saímos na hora de encerramento do parque. E agora como ir embora? Pegamos carona com uma camionete que estava indo para a cidade, fomos na caçamba, o motorista nos deixou no centro de Otavalo. Nos despedimos da americana e fomos lanchar, estávamos mortas de fome. Encontramos com o noivo da Diana e um amigo numa lanchonete, pedimos morocho dulce com empanadas de queso. O morocho é uma comida típica equatoriana que lembra muito a nossa canjica. Leite engrossado com milho, amendoim, canela, açúcar - muito gostoso. E a empanada é o que a gente conhece por pastel de queijo, muito bom também. O casal então me acompanhou até o hotel, tive que me despedir pois Diana não poderia me acompanhar no dia seguinte. Uma pessoa muito querida, mantemos contato até hoje pelo Facebook. Para o dia seguinte, Diana já havia me dado as coordenadas. Iria visitar o  Vulcão Cotacachi e a Laguna Cuicocha pela manhã e a feirinha de artesanatos no centro da cidade na parte da tarde.
Quando digo que foi tudo muito barato, foi mesmo. Fiquei em hotel, quarto com TV e banheiro privativo, por USD 12,00. Ah, sem esquecer o café da manhã incluso. Albergue nenhum no mundo que já me hospedei paguei tão barato. E olhe que hostel geralmente é quarto coletivo, banheiro compartilhado e sem TV. Este foi o Hotel Coraza.
 
Na manhã seguinte tomei meu café, delicioso por sinal, e segui em direção ao vulcão. Novamente um cenário muito bonito. Antes de seguir pela trilha, há um espaço com maquetes e explicações escritas sobre a formação desse vulcão. A história diz que esse vulcão explodiu há milhares de anos e seu topo afundou, aumentando assim a “boca” da cratera. Com isso formou-se um lago dentro dessa cratera, que chamam de Laguna Cuicocha. No centro da lagoa existem duas ilhotas que dizem ser produto de erupções vulcânicas. A trilha, ou sendero, como eles dizem por lá, é justamente em volta dessa cratera, de onde é possível ver a lagoa e as ilhotas. Não fiz a trilha completa, não havia tempo. Voltei ao centro da cidade para almoçar e na sequência fui para a feirinha de artesanato. Muita muvuca, mas pude comprar umas lembrancinhas por lá. Ali também vi pessoas com os trajes típicos da região. A parte de alimentação também foi interessante, seja pelas frutas e vegetais frescos ou pelas comidas típicas.
Final do dia, hora de pegar o busão e retornar a Quito e então partir para o Pacífico!















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